Aquele sorvete cremoso, um chocolate tentador, o macarrão instantâneo... Tudo isso, para a gente, pode ser definido como sendo delícias, mas como será que esses alimentos ganham aparência tentadora, sabor gostoso e, ainda, nutrientes? Quem tem resposta para tudo isso é o profissional que domina as técnicas de produção dos alimentos industrializados e trabalha permanentemente para melhorar os que já existem e para criar novas atrações para o nosso paladar. O nome dele você já leu no título do texto: engenheiro de alimentos!
A Engenharia de Alimentos envolve várias áreas e os profissionais do ramo devem conhecer a fundo cada tipo de alimento industrializado: como ele é feito, os ingredientes que o compõem, como deve ser a sua conservação, qual o seu prazo de validade, além de determinar características como cor, aroma, sabor... Como se não bastasse, precisa também conhecer as leis que regulamentam a produção e comercialização dos alimentos industrializados, como as que definem o que deve constar em seus rótulos, para que o consumidor fique bem informado sobre o produto que está comprando.
Para ser engenheiro em qualquer especialidade é preciso gostar de ciências exatas, como matemática, química e física. Para ser engenheiro de alimentos, também, além de uma pequena queda pelas ciências biológicas.
Um engenheiro de alimentos pode trabalhar em vários setores das indústrias de alimentos: no projeto de fábricas ou de equipamentos, no desenvolvimento de produtos, na produção ou no controle de qualidade, envolvido em todas as etapas, desde a matéria-prima até o alimento ficar pronto. Esse profissional também pode dar aulas ou trabalhar em pesquisa tanto nas universidades como em instituições públicas ou privadas.
Para a engenheira de alimentos Carmen Trindade, professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), o mais interessante na profissão é poder desenvolver alimentos industrializados que atendam aos anseios de algumas populações em especial, como as pessoas diabéticas (que não podem consumir açúcar), os esportistas e as crianças (que necessitam de alimentos balanceados para atender às suas necessidades específicas). Ela cita que também é interessante produzir, por exemplo, alimentos que possam ser ingeridos por astronautas no espaço.
A engenheira Vera de Toledo Benassi, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), em Londrina, Paraná, trabalha com o uso da soja na alimentação humana. Sua rotina inclui proferir palestras, bem como desenvolver e divulgar produtos e receitas que utilizam soja, para que as pessoas possam conhecer e utilizar este alimento com mais freqüência, aproveitando os benefícios que seus derivados trazem à saúde.
Para Vera, o mais interessante na profissão é a formação ampla, que permite que o profissional se dedique a diferentes atividades, além da possibilidade de interação com as pessoas: “Os alimentos estão no dia-a-dia de qualquer um, por isso, todo mundo se interessa por saber como eles são feitos, o que eles contêm e se fazem mal ou bem. Isto nos traz a oportunidade de conversar com diferentes tipos de pessoas sobre esses assuntos e até de esclarecer alguma dúvida, orientar sobre o consumo de um produto, quebrar algum preconceito, incentivar novos hábitos, ouvir opiniões etc.”
Para quem pretende incluir a engenharia de alimentos entre as opções de carreira a seguir no futuro, vai a dica: é preciso estudar bastante e ser muito responsável, pois os alimentos que vier a produzir precisam ser de boa qualidade e oferecer segurança ao consumidor.
E já imaginou se você acabar trabalhando numa fantástica fábrica de chocolate?! Ai, que delícia!!!
